Houve um tempo em que a terra era tudo. Ou quase. Hoje, diz-se, vale pouco, quase nada. Muitos são os portugueses com ligações à «terrinha», que de lá saíram mudando o rumo das vidas. E vão regressando, em passagens breves que alimentam memórias, mas pouco adubam raízes. A novas gerações, que não viveram na «terrinha» dos seus ascendentes, terão dela lembranças de superfície.
Este romance, centrado numa mulher aparentemente citadina dessas novas gerações, coloca em confronto o mundo rural e o mundo urbano. E a propósito de batatas, das «nossas», que os pais todos os anos trazem da aldeia de infância, desfia a distância entre o «seu» mundo e esse «outro».
Julgando ter a aldeia de Arrô arrumada no passado, uma inesperada herança leva-a a mudar a forma como olha para o pai e a mãe, que lhe pareciam de lá em pequena parcela; a avó, uma quase estranha; o avô, que nunca viu, «morreu cedo». E tanto se altera, por causa de tão poucos metros quadrados!
«Quer queira quer não, nas minhas memórias mais antigas parece que descubro batatas. Sempre me foram íntimas. Na casa onde eu cresci dava a impressão de que até tinham direitos.»
«Podemos estar dentro de uma recordação e nem nos apercebemos. Sabemos lá nós o que é que vai ficar para a nossa história.»
Dulce Maria Cardoso:
«Terrinhas é um excelente romance que nos conta sobre nós, citadinos ou não citadinos, e que evoca o efeito de espelho que é fundamental quando estamos a ler, é um romance que nos interpela: “e se estivesses no mesmo lugar, o que é que tu terias feito? É um romance de regresso ao passado que não é saudosista, é um regresso de compreensão, que é uma coisa muito importante nos dias que correm, em que na ficção começamos a remexer o passado e, a maior parte das vezes, caímos na tentação de ajustar contas e dizer “isto não devia ter sido assim”, “isto foi errado”, “isto foi certo”, quando o esforço devia ser o que é feito neste livro: que é o de compreender.»
Júri do Prémio Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís:
«A memória dos pais, que quase religiosamente vão à terra para trazer batatas, as quais invadem a cozinha e o imaginário da narradora, fornece a visão irónica e, por vezes, mesmo hilariante, com que esta avalia a infância e enfrenta dores e dramas da idade adulta. A alegria e a comovente ternura na avaliação da vida e da morte, associadas a uma escrita fluida e elegante, dão a este romance, um indiscutível alcance literário, que importa valorizar e divulgar»
«Terrinhas, de Catarina Gomes, é um romance em tom menor e seguro. Uma estreia auspiciosa.»
Mário Santos, Público
«Cidade e campo não são, aqui, o binómio arrumado por Eça de Queirós em “A Cidade e as Serras”, mas antes os lugares psicológicos, sociais e culturais que umas vezes se desencontram profundamente e outras se sobrepõem, quer pelas memórias trazidas, quer pelas raízes onde se tropeça mesmo que se queira ignorá-las.»
Sara Figueiredo Costa, Ponto Final
«Com a protagonista do livro, uma designer de interiores, partilha a escrita ficcional de Catarina Gomes, fluída, bem desenhada e de qualidade marcadamente sóbria, o cuidado construtivo e a capacidade reflexiva.»
Teresa Carvalho, jornal I
Entrevista com Catarina Gomes, Prémio Agustina Bessa-Luís
Jornal de Letras
Jornalista Catarina Gomes vence Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís
Público
“Terrinhas” | Catarina Gomes
Deus me livro
Estante Sara Figueiredo Costa
Blimunda
Um livro de afetos
“Algures na Biblioteca infinita de Borges (a de Babel) estaria também este livro, tão improvável quanto real. Um livro de afetos urdidos em torno de comezinhas e reverenciadas batatas, um plantio de memórias de um mundo em vias de extinção.
Catarina Gomes fez neste livro uma arqueologia magistral da linguagem de um país à beira do esquecimento, desenhando um mapa de afetos polvilhado por um fino e contagiante sentido de humor. As expressões que a narradora desenterra da sua memória (tal qual batatas) e com as quais brinca, polindo-as entre os dedos, são tão corriqueiras como reveladoras de algo mais profundo. É uma caracterização fractal, em que no menor dos detalhes reflete a totalidade. E é nesse jogo de menor e maior, entrelaçado por um irónico bem-querer, que se cose uma belíssima metáfora literária. As batatas, “das nossas”, são um veículo de amor, um símbolo da renovação (da batata se faz batata), da invisibilidade (crescem debaixo de terra, tão invisíveis como tantas outras coisas; conservam-se no escuro). É através delas (das batatas), seguindo os filamentos que brotam dos seus tubérculos, antecipando o renascimento, que se percorre o carreiro da memória e da descoberta da nossa história individual e coletiva, porque se não sabemos de onde viemos, dificilmente sabemos quem somos.”
Pedro Gomes
Há qualquer coisa de mágico neste mundo que me arrastou para uma leitura compulsiva.
“Há qualquer coisa de mágico neste mundo que me arrastou para uma leitura compulsiva. Podia não ser nada de especial, de batatas (e batatas e batatas) de uma avó igual à minha, de pais que eram primos e da santa terrinha. Mas o que me agarrou foi a miséria tão bem retratada, não a miséria-miséria, mas uma miséria de alma, de um sítio tão pequenino como Portugal com aldeias ainda mais pequeninas onde o mundo não acontece. O que gostei foi de me contorcer de pena e desconforto pelo desconforto das personagens na sua própria pele. Para mim, o auge da narrativa é mesmo a forma (na literatura, a forma é conteúdo), nomeadamente o destaque da mesquinhez da alma humana nos meios pequenos, o silêncio como forma de fuga ou defesa, apesar da condenação social. Catarina Gomes capta isso muito bem, mais do que apenas contar-nos uma história.”
Maria Menezes
Reflete e leva-nos a reflectir acerca da importância que a terra teve para os nossos antepassados
“Reflete e leva-nos a reflectir acerca da importância que a terra teve para os nossos antepassados e para a falta de importância que tem para a nossa geração. Mais do que falta de importância, o peso em que se tornou, agora que não precisamos dela para sobreviver. Gostei tanto de o ler! Fez-me reviver tanto de mim, também eu descendente de uma avó toda de preto, que tanto trabalhava na terra e para quem a terra tinha tanta importância! E o final? Gostei tanto! Muito bom!”
Marta Clemente
Uma caixa de objectos abandonados no Hospital Psiquiátrico Miguel Bombarda contém as pistas para resgatar do esquecimento a vida de doentes que ao longo de décadas ali permaneceram confinados. Coisas de Loucos teve origem na descoberta acidental de uma caixa de objectos de antigos doentes do primeiro hospital psiquiátrico português. Catarina Gomes inicia então uma série de investigações para encontrar os «loucos» a quem pertenciam esses objectos abandonados. Nascidos entre o final do século XIX e o começo do século XX, muitos foram admitidos em «Rilhafoles», nome original do Bombarda. Os psicofármacos e a terapia ocupacional ainda não eram opção, e por isso o único «tratamento» que receberam foi o do isolamento. Mas antes de serem forçadas ao confinamento estas pessoas tiveram família, amores, trabalho, tiveram planos de futuro. São essas suas vidas que Catarina aqui resgata do esquecimento.
«Descobrira uma acidental cápsula do tempo. Estava naquele espaço à procura do excepcional na loucura e acabava por encontrar o absolutamente corriqueiro. Os objectos da caixa recordavam–me que a maior parte dos que sofrem de doença mental não são nem artistas nem criminosos, nem geniais, nem perigosos. São como nós. Somos nós.
Eram objectos que qualquer pessoa podia trazer consigo. Eram objectos como os que eu transportava na minha mala de mão: o molho de chaves, a caneta, o lápis, o par de óculos, a carteira, os papéis rabiscados, o documento de identificação. O que pensariam de mim se encontrassem os meus pertences no sótão de um hospital psiquiátrico?»
Djaimilia Pereira de Almeida, do Prefácio:
«Catarina nunca se sobrepõe às pessoas de quem fala, não se precipita, não escreve com ideias feitas sobre um dado tema. Os loucos do seu livro são pessoas de carne e osso, e Catarina não os trata nem como fantasmas nem como semblantes desfocados em daguerreótipos. Catarina Gomes recusa a condescendência, não escreve como quem desvenda, como quem está segura, como quem tem saúde. Fala dos outros como quem desce uma escada íngreme, ciente de que pode cair. Li Coisas de Loucos como se lesse um romance, cheio de histórias e mistérios, pessoas vivas, meus irmãos, perdidos no tempo.»
«As histórias de utentes do hospital Miguel Bombarda e dos profissionais que olharam por eles, contadas por Catarina Gomes com uma profundidade notável.»
João Pedro Vala, jornal Observador
«Catarina Gomes é exímia na forma como se apaga das histórias para dar vida aos objectos que encontrou através da história dos seus proprietários. (…) O livro de Catarina Gomes aproxima-nos destas pessoas e das suas vidas e humaniza-as com toda a dignidade que merecem e lhes faltou em vida.»
Gonçalo Mira, Público
Programa Todas as Palavras
RTP
Um passado encurralado no Hospital Miguel Bombarda
Revista Time Out
Horas de esquecimento
Revista Visão
A poeira espalhou-se pelo ar
Revista Gerador
À volta dos livros
Rádio Antena 1
Encontros Imediatos
Rádio Antena 1
Vidas longe da vista
Jornal Ponto Final
Acharam que eu também era louca
Rádio Observador
Coisas de Loucos: Catarina Gomes e as memórias de quem perdeu a cabeça
Site Booker
Coisas de Loucos procura a humanidade nos doentes psiquiátricos
Comunidade Cultura e Arte
Coisas de Loucos
Deus me Livro
Coisas de Loucos: O que eles deixaram no manicómio
Cadernos de Literatura Comparada
Catarina Gomes apresenta « Coisas de Loucos »
Rádio Alfa
Lançamento de «Coisas de Loucos» na Feira do Livro de Lisboa 2020
Feira do Livro
Um livro surpreendente!
“Uma viagem ao Miguel Bombarda e aos seus pacientes. Do registo documental “prometido” fui levado ao suspense dos policiais adocicado pelo olhar subjectivo e emocionado da detective principal, a autora. Parabéns!”
Filipe Figueiredo
Devolve a dignidade
“Este livro devolve a dignidade a uma série de pessoas que dela se viram privadas ao serem encarceradas num hospital psiquiátrico, quando a regra era prender o “louco” para a vida. (…) Catarina Gomes interpreta, investiga e organiza uma série de biografias a partir de objetos encontrados em caixas do antigo “Manicómio Bombarda.” De alguns, partindo apenas de meras pistas, consegue descobrir quem foram e retirá-los de um anonimato forçado. Encontramos pessoas com sonhos, com ambições, com família. Em todos eles, um sentimento comum: o de que estar ali era temporário. As cartas que enviavam à direção, os planos que faziam, a vida sobre a qual queriam ter novidades mas que já era absolutamente irrelevante…
A autora consegue fazer passar este sentimento de angústia, do mendigar de pequenos direitos e das importantes conquistas, apresentando-nos um leque de seres humanos cuja vida e singularidade não foram respeitadas. ”
Álvaro Curia
Pessoas que aqui habitam
“Se o título nos pode levar a crer que este é um livro que privilegia os objectos, nada mais errado. É um livro que fala de pessoas a partir dos objectos que estas deixaram em vida, como doentes do Hospital Miguel Bombarda. Catarina Gomes tem aquele dom que reconhecemos nos grandes jornalistas, que agarram o leitor para não mais o largar até ao fim do texto. O prefácio de Djaimilia Pereira de Almeida sintetiza de forma perfeita o valor que Catarina Gomes conseguiu incutir neste livro. São pessoas que aqui habitam, feitas de uma humanidade a que a autora prestou uma merecida homenagem.”
Vicente Fino
Chamavam «resto de tuga» a Fernando e ele não percebia porquê, até ao dia em que descobriu que era filho de um português que combatera na Guiné-Bissau. Procurou o pai pelo nome que achava que ele tinha, o único nome que a sua mãe lhe transmitiu: furriel. Descobriu que o nome não passa afinal de uma patente militar, mas Fernando não desiste.
A história de Fernando repete-se. Óscar era sovado pelo padrasto por ter nascido com a pele mais clara; os gémeos Celestina e Celestino guardam, aos 40 anos, uma fotografia desbotada de um jovem militar que não quer conhecê-los.
Catarina Gomes partiu para África levando na mala um dos maiores tabus entre os militares portugueses: os filhos da guerra, crianças que ficaram para trás (em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau) depois da Guerra Colonial, e que chegaram ao mundo como filhas do «inimigo», condenadas a não conhecer os pais. Além do círculo masculino de silêncios que os mantém afastados, estes filhos africanos são também ignorados pelo Estado português, que nunca fez um esforço por conhecer a dimensão desta realidade ou por lhes garantir quaisquer direitos. Estão há anos em busca de uma identidade perdida. Esta é a primeira vez que se conta a sua história.
«Fernando Hedgar da Silva demorou a dar importância ao seu tom de pele. Pensava que era normal que alguns filhos de mãe negra e pai negro saísses mais claros, como ele. Não era como os seus dois filhos que, ainda pequenos, lhe perguntam: «Pai, porque é que sou mais claro?», «pai, porque é que sou mais escuro?», e ele adapta. A Artur responde: »Tu és mais claro porque nasceste com Sol», a José Evaristo: «Tu és mais escuro porque nasceste à noite». E eles não fazem, por enquanto, mais perguntas. Um dia vai ter mesmo de lhes contar como decifrou nele “o segredo da claridade”. A explicação não é assim tão mágica.»
«Por favor, leiam o livro: as histórias são contadas com o pudor que nos ajuda a aguentar a dureza da matéria. Depois, há isto: a Catarina escreve tão bem (…) Esta história é cheia de História, e dos seus ventos que varrem e ferem, e a jornalista dá o contexto. Entre a dor, há páginas luminosas como as que contam António e Esperança, nas anharas do leste de Angola.»
Ferreira Fernandes, Diário de Notícias
«Furriel Não É Nome de Pai»
Revista Jornal de Notícias História
Programa de rádio “À volta dos livros”
Antena 1
“Furriel não é nome de pai”
TVI24
“Lá são mal tratados por serem colonos, aqui não têm direito a nada”
Você na TV
Programa É a vida Alvim – “Guerra colonial, futuro sustentável e música”
Canal Q
“Um dos últimos tabus da guerra colonial passa por “Furriel Não É Nome de Pai”
Agência Lusa
Catarina Gomes lança livro sobre “os filhos da Guerra Colonial”
SIC Notícias
“Furriel não é nome de pai”, de Catarina Gomes — com Rui Cardoso Martins e Ferreira Fernandes — pt.1
Lançamento Feira do Livro
Livro indispensável
“Muito interessante que alguém consiga com rigor tratar, expor e contar-nos histórias profundamente humanas e esquecidas … Andamos afastados da história nacional e muitas coisas obrigam-nos a esse “afastamento”, mas que interessante podermos REALMENTE contactar com esse esquecimento, e com o que ainda toca e afecta tantas pessoas e famílias. Livro indispensável para completar a literatura dedicada ao colonialismo em todas as suas vertentes.”
Luís Jorge
Excelente documento
“Excelente documento sobre um assunto que é verdadeiramente tabu na sociedade portuguesa, isto para não falarmos na Guerra colonial que a partir do 25 de Abril foi apagada da memória dos políticos deste país. Estive em Moçambique e este assunto aqui abordado vivi-o com alguns camaradas. Parabéns à Catarina Gomes pelo excelente trabalho desenvolvido esperando que continue.”
Carlos Neves
Que boa leitura esta!
Catarina Gomes é uma excelente contadora de histórias e traz-nos estas, de pessoas verdadeiras, contadas como se fossem um romance. Fernando, Óscar, a mana Emília, os gémeos Celestino e Celestina, António Bento e o seu filho Jorge… E mais umas quantas personagens que nos deixam a torcer por um final feliz para estes “meninos”, renegados na sua terra por serem “filhos do tuga” e, na sua maioria, esquecidos pelo seu pai e pelo seu país.
Marta Clemente
Como é viver numa aldeia onde muitos dos habitantes nunca puderam aprender a ler e escrever? Quando Conceição recebe uma carta diferente das habituais tem de «ir à Beatriz», a juntadora de letras. Na sua ronda pela aldeia do Casteleiro, o carteiro Rui nunca se pode esquecer da almofada de tinta, para os que só conseguem «assinar» com o indicador direito. Quando regressam às suas infâncias, falam «lá da escola»; mesmo quando a escola estava próxima, porque a lonjura não se media em passos que era preciso dar para «lá» chegar.
«Acompanho o seu gesto lento, às vezes com um ligeiro tremor, o coto de lápis mal seguro na mão direita, corpo estranho. Se foi preciso esperar para Horácio se propor a escrever, também é preciso ter paciência para que a letra apareça na folha branca. «Antigamente eu fazia-o assim. Fazia o meu nome bem deveras. Não ficava bem, bem», contradiz-se.
O agá chega finalmente ao papel. Depois dele, Horácio prossegue com o desenho das outras letras do seu primeiro nome: «Primeiro é o agá, que não se lê, mas lê-se o «ó» à frente, eu sei que levava aqui um «ó», ainda lá aprendi na escola; aqui tinha, então, aqui fazia assim um rê, assim; aqui era um a e tinha acento; aqui era um quê; ao fim, aqui à frente, era um i, é mesmo assim; e um ó.» Levava, fazia, era. São letras arrancadas ao passado.»
Programa Todas as Palavras
RTP
Programa Portugal em Direto
RTP
Programa A Nossa Tarde
RTP
Programa Palavras Cruzadas
Antena 2
Da Capa à Contracapa
Rádio Renascença
Comovente
“Neste pequeno livro, Catarina Gomes conta a história de pessoas que não puderam aprender a ler. São relatos de um Portugal profundo e antigo, pobre e sofredor, em que ninguém questionava o que lhe calhava em sorte. É comovente e enternecedor, mas também factual com apontamentos autobiográficos. Pôs-me a pensar no privilégio que é ter como adquirido aprender a ler e a escrever.”
mónica filipe
Parece que estamos “lá”
“É o terceiro livro que leio da Catarina Gomes e apesar de serem todos sobre temas diferentes, o facto é que todos têm aspectos em comum. O que mais destaco é a capacidade de nos envolverem de tal forma que parece que estamos “lá” a presenciar tudo o que nos está a ser contado. Que livro incrível!”
Isabel M. Teixeira
Uma dura realidade
“Tive conhecimento deste livro através de uma entrevista da autora a um programa de rádio……e que livro!!!! Escrito de uma forma doce, a mais dura realidade que ainda assola o nosso país. O analfabetismo ainda é real e é um exemplo de que o fraco investimento na cultura pode originar. Muito bem escrito, como é de esperar desta escritora, é um livro muito bonito.”
Conceição Marques
Pode um filho ter memórias de uma guerra que nunca viveu? Muito depois do fim da Guerra Colonial portuguesa (1961-1974), a memória do conflito continuou viva em muitas casas. Para muitos dos filhos dos militares que a combateram, a guerra que conhecem desde pequenos começou por ser a dos álbuns de fotografias onde os pais aparecem fardados e sorridentes, quase como se estivessem ido de férias. A guerra que conhecem vive de fragmentos de histórias e de silêncios que os filhos tentaram preencher, ao sabor de perguntas e da imaginação.
«Quem tem filhos tem medos que costumam ser aparecidos, medo de que adoeçam, que sejam atropelados. Alexandra tem sobretudo medo que os filhos não a compreendam, a sua missão diária é que nunca achem que a mãe é inexplicável. Como o seu pai foi durante tanto tempo.»
Histórias da guerra que os filhos não podiam ouvir e a Revolução calou
Diário de Notícias
Álbuns de fotografias-Memórias dos filhos da guerra colonial
Público (suplemento Ipsilon)
Memórias familiares da guerra colonial reunidas em livro
RTP – Jornal da Noite
Os filhos da Guerra Colonial ainda têm perguntas
Rádio Renascença
À volta dos livros-“Pai, tiveste medo?”
Antena 1
Filha da guerra colonial escreve livro sobre a herança de quem lutou
Agência Lusa
Notas de leitura: “Pai, tiveste medo?”
Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
Real e marcante
“Cresci no meio do caos, perguntas sem respostas uma vida marcada por um pai ex combatente cheio de traumas que resolveu nunca partilhar o que aconteceu em Angola, durante a minha vida (40 anos) devo de ter feito milhares de perguntas as quais obtive zero respostas, Quando vi este livro decidi “dar uma vista de olhos”…era o livro ideal para oferecer ao meu pai. Quando o recebeu os seus olhos encheram-se de lágrimas e olhando para mim respondeu: ” Sim, tive medo…muito medo… Recomendo”
Edite Paixão
Excelente
“Testemunhos impressionantes e íntimos numa escrita tocante e partilhada por doze filhos de ex-combatentes da Guerra Colonial… Ofereci a obra a um tio que esteve destacado na Guiné-Bissau em 68/69 que se emocionou ao lê-lo… São realmente histórias de vida que comovem quem de perto vivenciou experiências semelhantes. Recomendo!”
Mónica Silva
Muito bom
“Interessante e comovente obra do ponto de vista dos filhos dos ex-combatentes na Guerra Colonial. Eu, como filha de ex-combatente, adorei este livro. São doze histórias muito pessoais e todas muito diferentes. Uma pena que esta obra não tenha tido mais publicidade/ divulgação….”
Susana Costa